Meu Investimento Capítulo 1

Vanessa on 

Ano de 1990

Acabei de terminar o inferno da escola, e o que ganhei de presente  foi a morte dos meus pais em um acidente de carro. Não fique com pena de mim, odeio que sintam pena de mim. Eu estou triste em perder os meus pais, mas estou mais triste que eles morreram e tudo que me deixaram foi uma casa razoavelmente grande em um bairro de classe média baixa nessa cidade que eu odeio que se chama Pedra Bonita que fica na Bahia. O que eu vou fazer agora? Nunca quis estudar, terminei a escola com muito sacrifício, e meus país como eu já disse, eram um casal simples que levavam uma vida simples, tudo que tenho de herança é essa casa que moramos a minha vida toda. Tudo que eu sempre quis é casar com um homem rico que me sustente e me de uma vida boa. Se eu não tenho coragem de trabalhar pra me sustentar, e também não acredito que alguém fique rico trabalhando, então sempre achei que a minha  beleza me ajudaria a conseguir um bom casamento. Mas agora estou sozinha no mundo e não faço ideia do que vou fazer da minha vida. Eu nunca me imaginei nessa situação, mas eu vou superar isso, eu sou uma mulher forte.

-é Vanessa, vamos la, agora é só você e você

Coloquei um óculos escuro, respirei fundo e segui pro único cemitério que temos nessa cidade chinfrim. A maioria das pessoas que vieram pro velório eu não conhecia, e eles me olham com pena, queria gritar para todos saírem, mas preciso me comportar. Havia alguns amigos do trabalho do meu pai, ele era advogado, algumas vizinhas fofoqueiras e só. Não temos parentes próximos, não que eu saiba, como eu disse, sempre foram, eu e meus pais. 

-lamento muito pela morte dos seus pais

Eu estava olhando para os meus pais antes de fecharem os caixões e um homem se aproximou de mim. Olhei para ele e limpei algumas poucas lagrimas que caíram em um momento de fraqueza dos meus olhos, e quando o olhei na hora pensei: que homem lindo!

Fiquei olhando pra ele incapaz de dizer alguma palavra, e ele então disse;

-me perdoe por não me apresentar, meu nome é Olavo, eu trabalhava com o seu pai

-ah, eu nunca te vi

-nem eu você, só por foto, seu pai tinha uma foto sua na mesa dele, uma foto que não é justa a sua beleza, você é muito mais bonita pessoalmente

Me virei pra ele para olha-lo melhor. Eu vou dar trela a sua conversa, dependendo do cargo que ele tenha na empresa que meu pai trabalhava podemos nos conhecer melhor

-o senhor é advogado?

-sim, eu sou sócio da empresa que seu pai trabalhava, quero que saiba que todos os direitos que eram dele você vai receber, eu vou cuidar disso pessoalmente
Sócio da empresa então? Ele deve ter dinheiro.

-muito obrigada

-você não tem mais ninguém no mundo?

-não, sempre foi só eu e meus pais

-lamento muito

-eu também

Ele continuou ao meu lado ate o fim do enterro, e depois me convidou para comer alguma coisa antes de me deixar em casa, claro que eu aceitei. Jantamos no melhor restaurante da cidade, ele com certeza queria me impressionar e conseguiu. Ele me deixou em casa e ficamos de nos ver nos próximos dias com a desculpa do dinheiro que eu tinha direito á receber pelo tempo que meu pai passou em sua empresa. Ele ficou de me ligar, e realmente me ligou, uma semana depois da morte dos meus pais.

-achei que não ia me ligar

-achei melhor esperar o seu luto passar

-obrigada pela compreensão 

-esta melhor?

-sim, estou resolvendo algumas coisas que ficaram pendentes, talvez venda essa casa e vá para uma menor

-pense muito bem antes de tomar qualquer decisão. Dentro de 15 dias caíra os direitos do seu pai na sua conta, como eu prometi, com isso não vai precisar se preocupar com dinheiro por um tempo

-obrigada por cuidar disso pra mim

-imagina, sua mãe trabalhava?

-não, ela só cuidava de mim

-entendi, e o que você pretende fazer agora Vanessa?

-procurar um emprego

-temos uma vaga aqui no escritório, porque não vem me ver amanha e eu vejo o que posso fazer por você?

Eu não quero trabalhar, mas quero ficar perto do Olavo, então essa é a chance perfeita

-claro,eu irei sim
-ótimo

E no outro dia bem cedo eu estava no escritório. O Olavo me contratou como sua assistente, e eu achei ótimo, vou trabalhar diretamente com ele. Cada dia que passava ficávamos mais próximos, eu gosto dele e não é só por ele ter dinheiro, eu realmente gosto dele. Assim que recebi o dinheiro da empresa deixado pelo meu pai, dei aquele trato no visual para ficar mais atraente e dar a cartada final no meu plano de conquistar o Olavo no meu aniversario que é amanha e eu acho que ele vai me chamar pra sair;

-amanha é seu aniversario né Van?

-é sim

-18 anos hein?

-sim, finalmente

-vai sair com seus amigos?

-não, eu não estou no clima, vou ficar em casa mesmo

-que tal fazer um jantar para nós na sua casa? Quer dizer, se você me quiser la, é claro

-é claro que que eu quero, eu quero muito

Ele sorriu pra mim e ali eu percebi que o que eu sentia por ele não era só interesse, eu realmente estou me apaixonando pelo Olavo, e acho que ele também gosta de mim. No outro dia, eu coloquei meu melhor vestido, fiz uma maquiagem simples e pro jantar fiz minha especialidade quando estou com fome, peguei o telefone e pedi uma comida japonesa, não sei cozinhar, é obvio. Na hora marcada o Olavo chegou, pontual como sempre.

-Uau Vanessa, você esta linda

-obrigada

-de nada, isso é pra você, feliz aniversário

Meu sorriso não cabia no meu rosto, ele comprou um presente pra mim, que fofo. Quando abri o presente dele vi um lindo par de brincos, fiquei radiante. Ele tem ótimo gosto

-meu Deus Olavo, são lindos

-minha intenção era te dar um anel de compromisso, mas achei que iria te assustar

Fiquei sem palavras.

-anel de compromisso?

-sim,Van eu acho que já esta claro o meu interesse por você, você é linda e tem todas as qualidades que eu quero em uma mulher, eu estou apaixonado por você e gostaria muito que você aceitasse ser minha namorada

A felicidade não cabia em mim, O Olavo que tem todas as qualidades que eu quero em um homem, além do mais, eu também estou apaixonada por ele. Vou unir o útil ao agradável, Eu vou me casar por amor e com um homem rico que vai me dar a vida que eu sempre quis, que felicidade.

-é claro que eu aceito ser a sua namorada Olavo

Ele se aproximou de mim e me beijou.
-eu também estou apaixonada por você
-vamos ser muito felizes juntos
-sim
Os dias seguintes foram os mais felizes da minha vida, mas nem todo conto de fadas é perfeito né? A minha sogra, era o capeta. Eu conheci ela apos um mês de namoro e ela deixou claro que não gostou de mim.

-sua mãe não gostou de mim, eu entendo ela, somos de mundo diferentes Olavo, você é rico e eu....

-e você é a mulher da minha vida Vanessa, eu amo você e não vou deixar nada ficar entre nos dois ok?
-ok

E nessa noite tivemos nossa primeira noite de amor, eu tive a minha primeira noite de amor, o Olavo é um homem experiente, eu que sou uma menina ainda, uma menina feliz nos braços dele. Eu fiquei feliz em ter esperado por ele e ter tido a minha primeira vez com ele, não poderia ter sido melhor.

-eu te amo Olavo

-eu também te amo Vanessa

Eu estava perdidamente apaixonada pelo Olavo, nunca imaginei que poderia ser feliz assim.

5 meses depois

-você precisa mesmo ir?
-sim, eu preciso mesmo ir
O Olavo tinha me pedido em casamento na noite passada, mesmo com os protestos de sua mãe, ele decidiu se casar comigo, mas ai veio essa viajem dele para São Paulo, e isso foi a pior coisa que poderia ter acontecido nesse momento.

-assim que eu voltar a gente vai marcar a data do nosso casamento tá?

-ok

-não fique triste, enquanto eu não volto alugue sua casa e vá morar no apartamento que eu aluguei pra gente

-o apartamento é seu Olavo

-eu aluguei para evitar a minha mãe, e para a gente se ver com mais frequência, agora ele é nosso, eu quero que fique la ate a gente se casar

-bem sendo assim, eu poderia vender a casa dos meus pais

-não, não se vende imóvel, alugue e assim tenha uma renda extra todo mês

-esta bem, eu vou fazer como você quiser
-eu vou morrer de saudades

-quando você volta?

-no máximo semana que vem

-esta bem

Ele deixou a chave do apartamento comigo e viajou para São Paulo. Assim que coloquei a casa dos meus pais para alugar, apareceu uma moça um pouco mais velha do que eu interessada em alugar, como ela tinha dinheiro vivo e me deu dois meses adiantado, eu aluguei sem fazer muitas perguntas e me mudei pro apartamento do Olavo. O Olavo acabou demorando para voltar mais do que o previsto, já fazia duas semanas que ele tinha ido pra São Paulo, ele dizia que estava com problemas no seu trabalho. 
No dia 02 de agosto de 1990 aconteceu algo que mudou a minha vida para sempre. Era uma sexta feira, sai tarde do escritório, pois fiquei no telefone resolvendo algumas coisas pro Olavo. Estava chovendo e a rua estava deserta, fiquei parada na esquina a espera de um táxi, e então apareceu um homem com um chapéu, ele era alto e forte, e não consegui ver direito o seu rosto, tudo aconteceu tão rápido, eu não tive tempo para nada. Ele me olhou e apontou uma arma pra mim, no começo eu achei que era um assalto e disse

-leve tudo o que você quiser

Ele me deu um tapa na cara e eu cai no chão, ele me arrastou para o final da rua, levantou meu vestido e então me causou a pior dor que eu senti na minha vida. Apos consegui o que ele queria, ele me deixou jogada na rua chorando, me sentido suja e envergonhada. Fiquei deitada naquele chão querendo morrer, eu realmente desejei estar morta naquele momento.

-Vanessa?

Olhei para ver quem era, e era a moça que alugou a casa que era dos meus pais, o nome dela é Sará.

-ai meu Deus, você foi assaltada?

Eu não conseguia responder, só chorava. Ela me ajudou a levantar e a caminhar. Fomos andando e quando eu vi estava na minha antiga casa. Olhei em volta e esta tudo tão diferente.

-o que você fez com essa casa?

-eu já ia te procurar, eu preciso conversar com você

Quando ela terminou de falar, entrou um homem na casa e uma moça quase pelada saiu da cozinha. O que esta havendo aqui?

-você transformou a minha casa em um bordel?

Quando ela ia responder, eu me senti tonta e tudo ficou escuro, eu desmaiei. Acordei e estava deitada em uma cama, acho que subimos pro quarto dela.

-fica calma Vanessa, você esta segura aqui. Você lembra o que aconteceu?

De repente me lembrei de tudo e comecei a chorar de novo. Eu me lembro de tudo, mas quero esquecer, eu não quero me lembrar dessa noite nunca mais.

-suas roupas estão rasgadas, você foi estuprada?

Eu continuei calada

-precisamos ir na policia

-não, ninguém pode saber do que aconteceu essa noite, você precisa me prometer que não vai contar pra ninguém Sara

-mas...

-me prometa que não vai falar nada, ninguém pode saber

-você sofreu uma violência terrível, precisa ir a policia

-não, eu não quero que ninguém saiba, eu tenho vergonha, além do que, o Olavo não pode saber do que houve, eu tenho medo que ele não queira mais nada comigo se souber

-vocês estão noivos, ele te ama, ele vai ficar do seu lado, você não teve culpa de nada

-eu não vou arriscar, por favor Sara, não conta nada pra ninguém

-ok, como você quiser, agora vai tomar um banho, você vai se sentir melhor depois disso

-ok

Tomei um banho e depois ela me deu um calmante e eu dormi. Quando acordei no outro dia, me levantei e ao me olhar no espelho sentir vontade de chorar, mas segurei o choro. Eu preciso ser forte agora

-você é forte Vanessa, você esta de casamento marcado com um homem maravilhoso, você vai superar isso, não desista agora da sua felicidade

Peguei um roupão e desci. Encontrei a Sara tomando cafe na mesa com mais 5 meninas. Não tenho duvida, ela transformou a minha casa em um bordel, nessa região é bem comum esse tipo de coisa
-bom dia Luana

-meninas me deixem a sós com a Vanessa

As 5 meninas subiram e eu me sentei na mesa próximo da Sara

-como se sente?

-melhor, eu queria agradecer pelo que você fez por mim ontem a noite

-não há de que, você tem certeza que não quer procurar a policia? eu sou amiga do delegado da cidade, sei que ele ajudaria

-ele é um dos seus clientes?

Ela ficou seria e se levantou da mesa, eu também me levantei

-eu ia te contar Vanessa

-quando?

-quando eu fosse pagar o próximo aluguel

-você alugou essa casa com essa intenção?

-sim, se eu te contasse você não ia me alugar, e eu precisava começar a trabalhar

-trabalhar?

-sim, o que eu e essas meninas fazemos aqui é trabalho 

-vocês são prostitutas, isso não é trabalho

-algumas pessoas não tem outra opção Vanessa, e não estamos fazendo nada de errado

-eu não quero esse tipo de coisa na minha casa, eu dou uma semana pra vocês saírem daqui

-Vanessa por favor, não temos pra onde ir, isso não vai dar problema pra você, temos os clientes mais importantes da cidade, temos eles nas nossas mãos, pois a maioria é casado e não quer um escândalo, isso pode ser bom pra você, eu posso te dar uma porcentagem sobre os lucros

Eu comecei a pensar sobre isso melhor, isso pode ser bom pra mim, pelo menos por hora seria bom garantir uma grana a mais
-você vai receber um dinheiro a mais e nem vai precisar colocar os pés aqui, por favor Vanessa

-esta bem Sara, eu quero 30% de tudo que vocês lucrarem no mês
-20% e fechamos

-esta bem 20% então, espero não me arrepender

-não vai

-eu preciso ir pra casa, você pode chamar um táxi pra mim?

-claro

Ela chamou um táxi, e logo eu estava em casa. Passei os próximos dias trancada em casa sem coragem de sair, mal atendia o telefone, eu queria sumir do mundo;

-amor?

-Olavo? Você não disse que voltaria hoje

-decidi fazer uma surpresa

Ele veio me abraçar e me beijar e eu me esquivei assustada

-o que foi? Apos quase um mês fora você me recebe assim? Não ficou com saudades?

-é claro que eu estou com saudades
-então porque não me deixa tocar em você?

Eu comecei a chorar;

-ei, o que aconteceu Vanessa? Tem dias que você não vai no escritório e eu chego e encontro você assim. O que houve?

-nada, não houve nada

-é claro que houve, foi a minha mãe? Ela fez alguma coisa contra você?

-não, eu nem vi a sua mãe nesses dias

-o que aconteceu então?

Eu tinha que contar pra ele, não tudo, mas partes da verdade, ou ele não ia me deixar em paz;

-eu fui assaltada a alguns dias e eu fiquei traumatizada eu acho, foi muito assustador e por isso eu não estou saindo de casa

-ai meu Deus, como foi? Eles te machucaram?

Eu comecei a chorar mais forte. O Olavo me abraçou.

-esquece, não precisa dizer mais nada

Ele foi comigo ate a cama e ficou me fazendo carinho. Ficamos sem intimidade por mais de um mês, ele foi bem compreensível, mas eu sei que ele já estava perdendo a paciência comigo. Qual homem aguenta ficar tanto tempo sem sexo?

-Vanessa você devia procurar ajuda, um psicologo, um médico, alguma coisa precisa ser feita

-não, eu estou bem

-mesmo? Tem mais de um mês que não transamos, e eu mal posso tocar em você

-isso é tão importante assim pra você?

-não vem querer me culpar por sentir faltar de amar você, sexo faz parte né? Eu sinto sua falta

Eu respirei fundo e me aproximei dele;

-eu sei, só me da mais um tempo, por favor

-mais um tempo?
-sim
-quanto tempo?
-eu não sei, só me da mais um tempo
-esta bem Vanessa, esta bem

A verdade é que não é só as lembranças que me fazem não querer transar com o Olavo, eu estou preocupada com outra coisa. Minha menstruação esta atrasada. Eu comprei um teste de gravidez e como não quero fazer ele sozinha, fui ate a casa da Sara pra ela me dar apoio enquanto faço o exame. Não somos amigas, mas ficamos mais próximas depois que ela me ajudou, ela é a unica pessoa que sabe o que aconteceu, e só posso falar sobre isso com ela;

-Vanessa? Ainda não é final do mês, eu não separei a sua grana ainda

-não é por isso que eu vim aqui, eu preciso de uma amiga
-claro, entra

Subimos pro quarto dela e eu contei das minhas suspeitas

-ai meu Deus Van, você acha que esta gravida?

-acho

-faz o teste logo então

-ok

Eu fui ate o banheiro e fiz o teste, não tive coragem de olhar, entreguei pra Sara olhar pra mim

-e ai Sara?

-deu positivo, eu sinto muito

Eu me sentei na cama totalmente desnorteada. Porque Deus esta fazendo isso comigo?

-não pode ser, porque Deus esta fazendo isso comigo?

-calma, não tem nenhuma chance dessa criança ser do Olavo?

-não, eu e ele não transamos a semanas, ele estava viajando quando aconteceu e desde que ele voltou a gente não transou, esse filho é daquele desgraçado que abusou de mim, ai meu Deus, o que eu vou fazer?

-conta a verdade pro Olavo

-nunca

-então tira essa criança

-não, eu não tenho coragem, eu já ouvi historias horríveis de quem tentou e não saiu viva pra contar a historia, ou se viveu teve consequências 

-então o que você vai fazer?

-eu vou pra casa, eu vou transar com o Olavo e dentro de algumas semanas, ele vai saber que vai ser pai

-acha que vai dar certo?

-acho, o Olavo confia em mim cegamente, eu era virgem quando transamos, ele nunca vai desconfiar que eu menti pra ele

-tem certeza Vanessa?

-absoluta

Eu passei a tarde toda tomando um vinho para me preparar para transar com o Olavo. Quando ele chegou do escritório, deixei ele jantar, tomar um banho e fiz um clima todo especial e então transamos. Foi difícil pra mim, acho que nunca mais vou poder ser tocada por um homem da mesma maneira. Mas esta feito, agora é só esperar um tempo e conto pra ele da gravidez.

Um mês depois

-Olavo eu tenho uma coisa pra te contar

-pode falar meu amor

-eu estou gravida, estou esperando um filho seu

Ele ficou bem surpreso no começo, mas depois ficou muito feliz com a noticia

-vamos nos casar no mês que vem

-serio?

-sim, já íamos nos casar mesmo, só vamos adiantar
-você tem certeza? Sei que estou gravida. mas...
-Vanessa eu amo você, eu amei você desde a primeira vez que nos vimos, e agora vamos ter uma cópia minha e sua andando pela casa, não tenho duvida, eu quero me casar com você o quanto antes

-ah meu amor

Eu o abracei forte tentando não chorar

-eu te amo tanto

-eu também te amo Vanessa, só que tem uma coisa

-o que?

-minha mãe esta muito doente, ela descobriu que tem câncer e me pediu pra morar com ela, então depois do casamento a gente vai morar na casa dela ok?

-morar com a sua mãe? Olavo sua mãe me detesta

-eu sei, mas eu tenho certeza que agora com a doença ela vai ficar mais gentil, e quando ela descobrir que vai ser avo ela vai mudar a opinião dela em relação a você

-acho difícil

-amor, procura entender, ela é minha mãe, eu sou filho único, eu preciso cuidar dela como ela sempre cuidou de mim

Ele tem razão, não posso pedir pra ele escolher entre mim e a mãe dele.

-esta bem, a gente vai morar com ela apos o casamento
-obrigado
-qualquer coisa por você

No meu subconsciente eu estava rezando para a mãe do Olavo partir dessa pra melhor o quanto antes. A mãe dele não disse nada, mas quando o Olavo contou da minha gravidez, eu vi no olhar dela que ela não gostou da noticia, mas estou nem ai para ela, quero mais que ela morra e eu fique com o filho dela todinho pra mim. Um mês depois eu me casei com o Olavo e fomos morar na casa da mãe dele. Os meus dias eram tranquilos, cuidava da casa, as vezes comprava algo pro bebe e cuidava da mãe do Olavo, embora ela deixasse claro que me odiava, eu cuidava dela para ver o Olavo feliz, e também assim me ocupava, já que não voltei pro escritório, eu prefiro não sair de casa, ainda é difícil pra mim sair em público.

7 meses depois

7 Meses depois, eu estava em trabalho de parto, eu não quis saber o sexo do bebe, falei que queria surpresa, mas na verdade, eu não tive vontade de saber o sexo do bebe que é fruto da maior dor que eu senti na minha vida, fruto da minha maior vergonha.

-aqui pode segurar, essa é a sua bebe, é uma linda menina

A enfermeira entregou o bebe nos meus braços, eu tentei, eu juro que tentei sentir algum afeto por aquela criança, mas pra mim ela só tinha cara de joelho.

-pode levar ela, eu estou me sentindo um pouco tonta ainda

-não vai amamentar?

-não, eu não quero amamentar, eu sou obrigada?

A enfermeira me olhou como se eu tivesse duas cabeças, mas eu li sobre isso e não sou obrigada a amamentar. Eu só tive essa criança porque tinha medo de acontecer alguma coisa comigo durante o aborto, mas ninguém pode me obrigar a ter afeto por ela, ou a cuidar dela com carinho, por mim ela poderia morrer agora mesmo. A enfermeira levou o bebe, e o Olavo entrou no meu quarto logo em seguida.

-meu amor, como você esta?

-cansada, queria tanto uma cesária, mas não foi possível

-o medico disse que você vai ficar bem, e a bebe também, ela é linda, mesmo nascendo prematura, ela é linda e saudável

-é
Quando estava com cinco meses procurei um medico cliente da Sara e combinei de fazer meu parto no hospital que ele trabalha, assim ele confirmaria minha historia do bebe nascer prematuro.

-não esta feliz Vanessa?

-claro que estou, eu só estou cansada

-entendo, você já tem um nome pra nossa princesa?

-não, escolhe você

-tem certeza?

-sim

-esta bem, ela vai se chamar Luana

-ok

Depois que sai do hospital, continuei me mantendo afastada da Luana e o Olavo acabou concluindo que eu estava com depressão pós parto e eu passei a fazer terapia, achei uma besteira, mas foi ate bom, pois essa desculpa de depressão pós parto me ajudou a não amamentar a bastarda e também era uma desculpa para que eu me mantivesse distante dela. O Olavo era louco por ela, fazia todas suas vontades, eu ate sentia um pouco de inveja, pois toda atenção que antes era só minha, agora ele dá pra ela. Comecei a perceber, que eu precisava me aproximar da Luana se quisesse continuar esse casamento, talvez engravidar de novo, um novo filho seria algo bom pra mim e pro meu casamento com o Olavo, pois desde que a Luana nasceu a gente se afastou bastante. Depois que passou a quarentena do parto, eu comecei a me aproximar do Olavo na tentativa de engravidar, mas não deu certo, fiquei preocupada de ter algum problema. Só faltava que depois de ter tido a bastarda não conseguisse ter mais filhos. Fui no medico e ele disse que comigo esta tudo bem, então continuei tentando engravidar.

1 ano Depois:

-então você esta gravida de novo Vanessa?

-sim

-acha que vai consegui lidar bem com essa nova gravidez?

-claro, essa criança é fruto do meu amor pelo Olavo, a Luana é fruto de um erro, de uma dor, de uma vergonha, enfim, de um desgraçado qualquer 

-Como é que é?

Eu estava conversando com a Sara, contando da minha gravidez recente e tive a infelicidade de tocar no assunto do estupro quando a minha sogra entrou na sala.

-Dona clara, eu posso....

-que historia é essa Vanessa? A Luana não é filha do meu filho? Ela é uma bastarda, é isso?

-por favor Sara, me deixe sozinha com a minha sogra

-esta bem, qualquer coisa me ligue

-ok

Assim que a Sara saiu, eu pedi que a minha sogra se sentasse pra me ouvir, mas ela se recusou, Velha maldita;

-tudo o que eu preciso saber é se a Luana é minha neta

-eu preciso explicar para a senhora como.......

-responda a minha pergunta, ou eu expulso você dessa casa como a vagabunda que você é, e nunca mais te deixo se aproximar do meu filho

Eu tive vontade de dar um soco na cara dela, mas me contive, eu estou nas mãos dela

-ultima chance Vanessa, a Luana é ou não é minha neta?

-não, ela não é sua neta

Ela me olhou com raiva 

-como você pode?

-eu não trai o seu filho,eu fui vitima.........

-cala a boca sua vagabunda 

Ela deu um tapa na minha cara

-fora da minha casa

-eu não vou embora, não ate conversar com o seu filho

-pois bem, fique, eu vou adorar ver ele mesmo expulsar você

Ela pegou a bolsa e sei que foi correndo contar o que ela acha que ouviu pro Olavo, e eu nem tenho como impedir. Me sentei no sofá e comecei a chorar. Porque essa velha desgraçada não morre logo de uma vez? Pouco tempo depois o Olavo entrou com tudo no nosso quarto, ele esta me olhando com raiva

-Vanessa pelo amor de Deus me diz que o que a minha mãe me disse é mentira

-o que a cobra da sua mãe te disse?

-que a Luana não é minha filha
Eu não posso mais mentir pra ele, eu vou ter que contar a verdade

-isso é verdade Olavo, ela não é sua filha, mas eu não trai você

Ele me olhou com tanta raiva, e logo em seguida caiu algumas lagrimas dos olhos dele

-como você pode Vanessa? Eu dei o meu mundo pra você

-e eu entrei no seu mundo Olavo, com todo amor que havia no meu coração, eu me entreguei pra você....

-você me traiu da forma mais baixa que alguém pode ser traído

-eu não trai você

-a não? Como que estou criando uma filha que não é minha então?

-eu fui estuprada, eu sofri uma violência sexual, eu fui abusada enquanto você estava em São Paulo

Ele me olhou como se eu fosse uma louca e eu continuei falando

-eu não queria que ninguém ficasse sabendo, eu senti vergonha, culpa, nojo, enfim, eu queria esquecer que aquele dia existiu, mas ai eu descobri que estava gravida, e tive medo de abortar e estávamos noivos, ai eu disse que o filho era seu, eu menti sim, mas foi por medo de te perder
Eu falei tudo, e foi bom falar, tirei um peso das minhas costas. Finalmente não existe mais mentiras entre nós.

-eu não acredito em você

-o que?

-você esta mentindo, moramos em uma cidade pacata da Bahia, coisas assim não acontecem aqui, você não vale nada como minha mãe sempre disse que não valia, como eu fui idiota ao acreditar em você

-Olavo..........

-fora da minha casa, fora da minha vida
Agora eu que estou com raiva dele, como ele pode duvidar de mim assim?

-você não vai se livrar de mim assim tão fácil

-ah não?

-somos casados....

-você me fez criar uma filha que não é minha, você não tem direito a nada, saia por bem ou vai sair por mal

-a Luana pode não ser sua filha, mas eu estou esperando um filho seu, eu estou gravida de novo Olavo

-mentira

-mentira? Espera minha barriga crescer então

-eu vou esperar e se for verdade, eu quero um exame de DNA
Olhei pra ele totalmente sem chão, ele tirou o meu chão quando disse isso. Eu estou casada com um filho da puta

-eu não acredito que amei você algum dia

-eu que não acredito que amei você algum dia

Comecei a chorar, não consegui segurar.
-fora daqui Vanessa

Ele gritou e o meu choro aumentou, eu não quero ir embora, eu não quero deixar ele, eu amo o Olavo, eu não quero perde-lo. 

-Olavo.........

-vai embora daqui

Eu percebi que ele estava transtornado e nada do que eu falasse naquele momento iria mudar alguma coisa, a mãe dele fez a minha caveira. Eu preferi nem pegar nada, nem a Luana, por hora ela vai ficar aqui, peguei um táxi e fui pra casa da Sara. Lá é o único lugar que eu posso ir agora.

-fica nesse quarto

-os lenções dessa cama estão limpos?

Ela riu da minha cara de nojo

-claro que estão, eu troco as roupas de cama todo dia. Fica aqui que ninguém vai te incomodar, eu preciso descer, tenho um cliente importante hoje, mas amanha conversamos ok?

-ok, obrigada

-de nada

Passei a noite em claro pensando em como recuperar o meu casamento, eu não posso perder o Olavo e a vida boa que tenho com ele, a gente precisa se entender. No outro dia, tomei um banho para ter coragem de enfrentar o dia de hoje, apos terminar de me arrumar desci. Encontrei algumas das meninas de roupão dormindo no sofá e um homem só de short deitado no chão da sala. A noite foi boa por aqui. Não encontrei a Sara, mas depois eu falo com ela, agora eu preciso ir pra casa e conversar com o Olavo, ele deve estar mais calmo. Quando abri a porta dei de cara com o Olavo. Pela cara dele ele também não dormiu a noite toda. Mas que droga, porque ele veio aqui? Ele vai entender tudo errado de novo;

-Olavo

-podemos conversar?

-claro, vamos tomar um café

Eu tentei fechar a porta, mas ele viu que eu queria esconder algo e entrou com tudo. Merda

-Olavo não....

Ele olhou tudo minuciosamente

-então é verdade os boatos que ouvi falar, aqui é um bordel

Eu não tinha o que falar, eu não tinha como negar. Ele olhou pra mim com raiva, com mais raiva do que ontem

-você é uma prostituta?

-é claro que não, não fale assim comigo Olavo

-e como você quer que eu fale com você? Olha em volta Vanessa

Ele gritou e acordou todos que estavam na sala. Todos se retiraram rapidamente

-você foi o meu primeiro homem, como pode pensar que eu me vendo por dinheiro?

-não tem outra coisa que eu possa pensar Vanessa. Eu descubro que você mentiu sobre a paternidade da Luana, e agora descubro que sua antiga casa é um bordel. O que quer que eu pense?

-eu quero que você confie em mim, que me deixe explicar como tudo aconteceu

-eu não quero mais ouvir a sua voz, eu tenho nojo de você

-Olavo...

-eu quero que você vá ate a minha casa pegue a Luana, e pegue tudo que é seu, eu nunca mais quero olhar pra sua cara e nem pra nada que me lembre você

-eu já te disse que você não vai se livrar de mim assim, eu estou gravida 

-pois bem Vanessa, saia da minha casa como pedi e leve a sua filha com você, e quando tiver tempo hábil de gravidez fazemos um exame de DNA nessa criança que você esta esperando, preciso saber se essa criança é minha filha, se for eu vou assumir com toda certeza

-e a Luana?

Ele virou o rosto

-eu nunca mais quero olhar pra cara dela e nem pra sua
-todo amor que você sentia por ela acabou?
-sim, assim como acabou o meu amor por você

Naquele momento eu decidi não me humilhar pro Olavo, pelo contrario, eu decidi que vou tirar tudo que eu puder dele, meu amor virou ódio pelo fato dele não querer nem me ouvir, de querer me humilhar, de querer me deixar sem nada, ele vai pagar muito caro pelo que esta fazendo comigo.

-esta bem Olavo, eu vou retirar as minhas coisas da sua casa e a minha filha também, ainda hoje eu vou ate la e tiro tudo

-ótimo, ate nunca mais

-ate muito breve meu amor

Quando ele saiu, eu quebrei a primeira coisa que me veio na frente, que foi uma garrafa de champanhe. Nesse momento a Sara desceu as escadas.

-o que houve Vanessa?

-eu perdi tudo Sara, tudo

Ela me abraçou e nos sentamos no sofá e eu contei pra ela tudo que aconteceu de ontem pra hoje

-o que você vai fazer agora?

-primeiro acabar com esse bordel que virou a casa dos meus pais, eu sinto muito Sara, mas você precisa sair daqui com essas meninas, somos amigas, mas isso não pode continuar

-coloca a cabeça no lugar Vanessa, você tem dois filhos pra criar agora, o Olavo esta com raiva de você, não sabemos se ele vai te ajudar e se for te ajudar, como ele vai fazer isso, você precisa de mim e do meu negocio para ter uma grana extra
-eu não preciso de ninguém
-é claro que precisa, escuta a minha proposta pelo menos
-estou ouvindo
-já que você veio morar aqui, a gente pode ser sócia, eu paro de pagar o aluguel pra você e dividimos meio a meio os lucros

-eu morar aqui junto com prostitutas? Pirou Sara?

-tem uma solução melhor? Seu marido acha que você é uma prostituta, que você traiu ele, ele não vai continuar mantendo os seus mimos, ele vai fazer de tudo pra dificultar a sua vida, você não tem ideia do que um homem com raiva pode fazer

-eu ainda tenho esperança de recuperar o meu casamento

-acorda Vanessa, a sua sogra conseguiu o que ela queria pra tirar você da vida do filho dela, você não tem mais chance com o Olavo

-eu amo o Olavo, eu não posso perder ele assim

-você ama mesmo ele, ou ama tudo o que ele proporciona pra você?

-um pouco dos dois, eu estou com tanta raiva da mãe dele, e dele também por acreditar tão facilmente em tudo que ela disse, em tudo o que os olhos dele acharam que viram, eu sou a vitima da historia poxa

-eu sei, mas você errou quando escolheu mentir pra ele, nenhum cara aceita criar o filho de outro cara sem saber, o orgulho dele deve estar mega ferido

-eu sei, eu não devia ter mentido, mas eu estou gravida e esse filho é dele, então ele vai ter que me engolir

-ta, mas ate la me deixa ficar aqui com as meninas, eu não tenho pra onde ir Vanessa, por favor

-como você entrou nessa vida?
-eu engravidei e meus pais me expulsaram de casa, eu não tinha pra onde ir, passei o pão que o diabo amassou durante a gestação. Eu acabei dando a minha filha pra adoção, enfim, eu continuava bonita, jovem, o que me veio a cabeça foi vender o meu corpo por dinheiro, acabei me dando bem com alguns clientes e montei o meu negocio

-um bordel?

-é a unica coisa que eu sei fazer na vida. É um modo de ganhar muito dinheiro trabalhando pouco
-dinheiro fácil?
 -sim, hoje eu só saio com clientes importantes, os mais ou menos ficam com as meninas, e elas me dão 40% de tudo que elas fazem, é um bom negocio, estou conseguindo fazer o meu pé de meia 

-é mas a sua beleza não vai durar pra sempre

-eu sei, por isso estou tentando fazer o meu pé de meia, assim um dia eu vou....

-você vai?

-poder rever a minha filha

-você sabe aonde ela esta?

-sim, as vezes eu vou ver ela de longe

-quantos anos ela tem?

-1 ano e pouco
-quase a mesma idade da Luana

-sim
-aonde ela esta?

-ela é criada por um casal de classe media alta no centro da cidade

-e você acha que eles pretendem contar pra ela que ela é adotada algum dia?

-não, eles criam ela como se fosse filha deles

-e nem desconfia que você fica vigiando eles?

-não, eles não sabem quem eu sou, mas um dia eu vou procurar a minha filha e vou contar que eu sou a mãe biológica dela

-acha que ela vai querer como mãe uma prostituta? É melhor você nunca se aproximar dela

-eu não me orgulho do que sou e do que faço, mas a vida não foi fácil pra mim, e eu dei ela pra adoção para que ela tivesse uma vida melhor do que eu tive, eu sei que ela vai entender

-eu não estou te julgando, se eu pudesse faria a mesma coisa com a Luana, mas não tenho coragem, e também eu tenho mais condições do que você, posso criar ela, mesmo sem o Olavo

-a Luana é uma menina linda e você tem como manter ela em segurança do seu lado, não se desfaça dela Vanessa

-ela foi fruto da minha maior dor, eu mal aguento olhar pra cara dela

-ela não tem culpa de nada

-eu sei, eu só.....eu estou nervosa com tudo isso

-o que decidiu ao meu respeito?

Respirei fundo e apos pensar um pouco, eu disse

-quantas meninas você tem?

-5

-bom, nessa casa temos 4 quartos, eu vou ficar com o quarto principal, um é para a Luana e pra esse bebe que eu estou esperando, outro pra você, e um as meninas dividem entre elas. Pode rolar uma social aqui durante a noite, você pode receber seus clientes vips no seu quarto, mas os clientes das meninas elas vão receber em outro lugar, em um motel, hotel, eu não sei, mas não quero que elas transem aqui com eles ok?

-de acordo, mas ai vou ter que diminuir o valor, pois os clientes vão ter que pagar um motel

-diminua então, faça como achar melhor, mas metade é meu

-beleza, obrigada 

-de nada, as coisas vão ficar assim ate eu me ajeitar com o Olavo
-ainda tem esperança dele te aceitar de volta?
-sim, eu estou esperando um filho dele, a gente se ama, nosso casamento não pode terminar assim
-boa sorte amiga
-obrigada

Pedi um táxi e fui ate a casa do Olavo pegar as minhas coisas e a Luana. O Olavo não estava em casa, arrumei tudo o mais rápido possível, não queria encontrar minha sogra. Peguei minha filha e voltei pra minha antiga/nova casa. Arrumei as minhas coisas no quarto que era dos meus pais, que é o quarto principal, e as coisas da Luana no quarto ao lado e a tarde sai com ela pra comprar algumas coisas pro quarto dela e pro meu. Tentei passar o cartão de credito, e estava bloqueado. Maldito Olavo, mão de vaca, a sorte é que tenho um dinheiro guardado.

-aonde você estava Vanessa?

-comprando umas coisas pro meu quarto e para o da Luana e pro bebe que eu estou esperando, eles vão vir montar amanha

-certo

-eu vou subir, não quero ficar aqui durante a noite

-não vamos fazer barulho

-o que as meninas acharam das novas regras?

-acharam ate melhor, assim o quarto delas não fica marcado pelo que elas fazem, amanha vamos comprar beliches e colchões novos para todas 

-ok, boa noite

-boa noite

E assim era minha rotina.  De dia ficava com a Luana, tive que me adaptar a cuidar dela, pois quando morava com o Olavo, todos faziam isso, menos eu, bom, eu ficava com ela durante o dia, e a noite me trancava no quarto dela ou no meu para não ouvir e nem ver o que faziam la em baixo, mas confesso que nunca imaginei ganhar tanta grana fácil na minha vida. Prostituição da dinheiro, muito dinheiro, estou gostando de ser sócia da Sara.

Um mês depois

Olavo on

A um mês não durmo, não como, mal respiro, nunca imaginei passar por uma dor assim. Quando soube da morte do pai da Vanessa, eu quis prestar a minha solidariedade a sua filha, pois ele era um bom companheiro de trabalho. No enterro, conheci sua filha, uma moça lindíssima, acho que me apaixonei logo de cara. Fui me aproximando dela ao poucos, pois ela tinha acabado de perder o pai e a mãe, mas ela também parecia estar apaixonada por mim e em pouco tempo estávamos namorando. Eu nunca fui tão feliz. O que eu sentia por ela nunca havia sentido por nenhuma das minhas ex namoradas, e mesmo minha mãe dizendo que ela não servia pra mim, eu continuei o namoro, eu estava cego de amor. Após um tempo de namoro e certo de que era a mulher da minha vida, a pedi em casamento. Eu estava radiante de saber que em poucos meses estaria casado com ela e por isso fiquei triste de ter que viajar para São Paulo e deixar ela sozinha, mas eu tinha que ir. Quando voltei, ela estava estranha, mas relevei, pois ela ficou traumatizada de ter sido assaltada, e tudo ficou melhor quando ela me deu uma alegria imensa dizendo que estava gravida. Eu finalmente ia ser pai. Minha felicidade estava completa, então casamos logo, não quis perder tempo. Quando a Luana nasceu e eu a peguei no colo, não sei se me apaixonei por ela por ela ser minha filha, por ser tão pequena e indefesa, ou por ela parecer tanto com a Vanessa, ruivinha como a mãe, de olhos verdes como a mãe, branquinha como a mãe, linda e perfeita como a mãe. Eu não vi nada meu nela, mas não me importei, estava inundado pelo maior amor que alguém pode sentir por outra pessoa, o amor do pai pelo seu filho. Tive um ano de felicidade plena, queria que o dia passasse voando só pra chegar em casa, pegar a Luana no colo e ver ela sorrindo pra mim. A Luana iluminou a minha vida de uma forma extraordinária. Quando minha mãe entrou no meu escritório me contando o que ela havia descoberto, eu não quis acreditar, aquilo não poderia ser verdade, me recusei a acreditar por um tempo, ate que ela colocou os fatos na mesa e eu me lembrei da época que fiquei em São Paulo por mais de duas semanas e quando voltei a Vanessa estava estranha comigo, e então caiu a ficha que minha mãe estava certa, eu só precisava ouvir a confirmação da boca da Vanessa. Quando a confrontei, ela nem tentou negar, só tentou se fazer de vitima, mas eu confesso que não ouvi mais nada depois que ela confirmou que a Luana não era minha filha. Ali meu mundo acabou e não importava o motivo, a Vanessa me enganou e ali se confirmou que a nossa historia acabou. Em um momento de fúria expulsei ela da minha casa, e ela se foi, com raiva, mas se foi. Depois de ficar mais calmo, subi e peguei a Luana no colo.

-você é minha filha, nada vai mudar isso

-filho?

-oi mãe

-você não pode mais se apegar a essa criança, ela é uma bastarda

-ela é uma criança mãe, não tem culpa dos erros da mãe dela

-não importa, ela não é sua responsabilidade, entrega ela para a mãe dela e esqueça que ela existe enquanto ela ainda é um bebe e pode te esquecer e você esquecer ela

Olhei pra Luana e a raiva voltou a tomar conta de mim, não sabia ainda o que fazer. Será que sou capaz de esquecer todo amor que sinto por essa criança? Coloquei a Luana de volta ao berço e pedi pra baba ficar com ela. Fui pro meu quarto e sozinho, eu pensei nas palavras da minha mãe, nas da Vanessa e descobri que eu precisava de uma explicação, havia buracos na historia das duas, então decidi procurar a Vanessa. Eu queria ouvir o que ela tinha a dizer, precisava de mais informações. Sabia que ela devia estar na sua antiga casa, pois se tornou amiga da Sara, a moça que alugou a casa. Quando cheguei e me deparei com aquela cena, percebi que nosso coração pode ser maltratado muito mais vezes do que achamos possível e mesmo assim continuar batendo. A antiga casa da Vanessa se tornou um bordel e ela parece estar envolvida nisso dos pés a cabeça. Olhando toda essa situação tomei a decisão total da separação e de não querer mais olhar pra cara da Vanessa e nem da Luana, eu acho que a Vanessa nem sabe quem é o pai da Luana e eu não posso criar uma filha que não é minha, eu não posso nem olhar pra cara dela sem lembrar a vagabunda que é a mãe dela, por isso eu quero o divorcio. Fui pra casa desolado e desde de então vivo dias de inferno. A saudade que eu sinto da Luana é muito maior do que a saudade que eu sinto da Vanessa, eu realmente amo aquela menina, independente dela ser minha filha ou não, alias ninguém sabe que ela não é a minha filha, só a minha mãe, mas agora ela se foi, minha mãe faleceu semana passada e agora eu estou sozinho nessa casa. Penso em me mudar pra São Paulo, talvez assim essa dor melhore. Estou na frente de um computador vendo apartamentos em São Paulo para minha provável mudança quando o telefone toca.

-alo

-Olavo?

-sim, quem é?

-me desculpa estar te ligando, mas eu sei que você gostaria de saber do que esta acontecendo

-quem esta falando?

-é a Sara

-eu vou desligar

-não desliga Olavo, eu sei que você ainda se importa com a Luana

-o que te faz pensar isso?

-o fato de que todo dia você fica rondando a minha casa na tentativa de ver a Luana nos braços da Vanessa ou de ver as duas saindo pra dar uma volta, eu sei que vem aqui pela Luana e não pela Vanessa, então você se importa com aquela criança

Eu fiquei calado, eu realmente faço isso.
-pode falar Sara

-aconteceu uma coisa que você precisa saber

-o que aconteceu com a minha................com a Luana?

-ela caiu da cadeira da cozinha e bateu a cabeça, ela esta no hospital.........

Só havia um hospital de porte grande na cidade, eu larguei o telefone e corri pro hospital.

-como ela esta Vanessa?

-Olavo?

-como esta a minha filha?
A Vanessa ficou pasma com a minha presença, quando ela recuperou o ar, nem precisou dizer nada, o medico chegou e perguntou pelos responsáveis pela Luana e eu tomei a frente.

-eu sou o pai dela, como ela esta Doutor?

-bem, ela esta bem, ela teve uma pancada muito forte na cabeça, mas esta bem. Como isso aconteceu?

-ela estava sentada na cadeira da mesa da cozinha, e um minuto que eu me distrai ela caiu

-ela é muito pequena pra ficar em uma cadeira, se for pra deixar ela sentada precisa ser uma cadeira para uma criança da idade dela e com total vigilância 

-eu sei Doutor, isso não vai mais acontecer

-quais as providencias agora Doutor?

-precisamos manter ela acordada por mais algumas horas pra ver se ficou alguma lesão, mas aparentemente ela esta bem, a observação durante essa noite é mais precaução 

-eu posso ver ela?

-claro

Tomei a frente da Vanessa, nem querendo saber se ela queria ver a Luana primeiro, entrei no quarto, ela estava brincando com a enfermeira

-oi filha

Ela abriu um sorriso lindo quando me aproximei, eu tentei segurar o choro. Que saudades filha

-que saudades, meu amor

Abracei ela bem de leve, ela esta com um curativo na cabeça

-ela esta bem, não se preocupe, só precisa ficar acordada pra observação

-ok, eu vou ficar com ela

Quando a enfermeira saiu, eu me sentei ao lado dela na cama

-eu te prometo filha, sim porque você é minha filha, eu te prometo ser um bom pai pra você, eu nunca mais vou sair do seu lado

Dei um beijo na testa dela
-então agora ela é sua filha?
A Vanessa entrou no quarto
-ela sempre foi a minha filha
-tem um mês que você se esqueceu que ela existe
-eu esqueci que você existe, mas ela é minha filha e sempre será
-engraçado a sua observação, porque ela é minha filha, se você  quer se esquecer de mim, então se esqueça dela também
-eu não vou fazer isso Vanessa, eu nunca mais vou me afastar dela
-isso é o que vamos ver
-esta bem
Ela respirou fundo olhando pela janela do quarto, eu fiquei olhando pra ela e percebendo que ela ainda meche comigo, e acho que sempre vai mexer, e por isso eu deveria evitar me encontrar com ela, mas no meio disso tudo tem a Luana e eu não posso deixar ela.
-vai passar a noite toda aqui?
-sim, você pode ir pra casa se quiser
-eu vou ficar também, ela é minha filha Olavo, minha filha
-como você quiser Vanessa, fique então
Fiquei a noite toda brincando com a Luana, tentando fazer ela não dormir, ate que o medico disse que ela estava liberada, ai eu levei ela e a Vanessa pra casa. Ela dormiu nos braços da Vanessa no caminho pra casa. Olhei pra Vanessa e decidi deixar o meu amor de pai deixar de lado meu orgulho de homem.

-eu posso conversar com você Vanessa?

-claro

Subimos as escadas da casa, ela deitou a Luana no berço e me chamou pra ir pro quarto dela, disse que la seria mais tranquilo.
-você se mudou mesmo pra cá?
-você não me deu muita escolha quando me expulsou de casa
Respirei fundo tentando manter o foco do porque estou aqui
-fala logo Olavo, o que você quer comigo?

-eu vou ser direto

-certo

-você sabe quem é o pai da Luana? Tem alguma chance do pai procurar por ela e querer seus direitos?

-não Olavo, ele nunca vai aparecer, eu fui..........

-eu não quero ouvir suas mentiras, eu quero te propor um acordo

-esta bem
-eu quero a guarda da Luana, quero que ela venha morar comigo
-o que? Porque mudou de ideia assim?
-porque eu amo aquela menina e me recuso a ficar longe dela
Ela cruzou os braços e ficou me olhando por um tempo
-minha reposta é não Olavo, eu não vou te dar a guarda da Luana
-porque? Você nunca ligou pra ela, sei que adoraria ficar sem ter que cuidar dela
-pode ser que sim, mas a única forma de você ficar perto dela é se me quiser de volta na sua vida também
-isso nunca
-então sem acordo
-Vanessa.....
-ela é minha filha Olavo, ou você me aceita de volta, ou sem acordo
-esta fazendo isso para me ferir né?
-pense como quiser 
-eu não sei como amei você algum dia
-era só isso que você tinha pra dizer? Eu estou cansada e quero dormir
Eu não vou sair daqui sem um acordo pra poder pelo menos ver a Luana, eu não vou deixar ela ser criada nesse lugar horrível e sozinha
-e se eu te dar um apartamento pra você morar com a Luana e com esse bebe que você esta esperando? Assim eu poderia ver ela sempre que eu quisesse, e ela não seria criada nesse lugar
-continue falando, estou interessada agora
-eu te dou um apartamento e vou te dar uma mesada por mês, pois não quero a minha filha vivendo nesse lugar, em troca eu quero que você me prometa que nunca vai contar pra Luana que ela não é minha filha

-o que?

-eu vou criar a Luana como minha filha, ninguém sabe que ela não é minha filha de sangue, minha mãe faleceu e só ela sabia então....

-eu fiquei sabendo, eu sinto muito por sua perda 

-sente? Meu Deus Vanessa, você é uma sínica, você sempre odiou a minha mãe, então não finja que sente a morte dela, enfim, temos um acordo?
-Você vai me dar um apartamento e uma mesada por mês?
-sim, mas quero ver a Luana todo fim de semana e em datas como natal, aniversários, ela vai ficar comigo, só fica com você no dias da mães, os outros dias importantes são todos meu
-você quer a minha filha pra você então?
-já que você não quer me dar a guarda dela só para me ferir, e que sei que não tenho chance de ganhar se entrar com um processo, pois não sou o pai biológico, é o que estou oferecendo, o que me diz?
Ela pensou por um tempo me deixando nervoso esperando uma resposta 
-a gente podia voltar......tudo seria mais fácil se você me ouvisse
-você me enganou por muito tempo Vanessa, mas esse tempo acabou, eu nunca mais vou olhar pra você com os mesmo olhos
-então a nossa historia acabou mesmo?
-sim, tudo que você terá de mim é apoio financeiro
-eu ainda te amo Olavo
-eu não acredito em Você, e não vamos mudar o foco do assunto, eu quero saber o que você me diz do acordo que te ofereci
Ela se afastou e parecia quase chorar, e então disse.

-eu aceito o seu acordo Olavo

-ótimo, assim que tiver o apartamento eu te comunico, e quando a esse bebe que você esta esperando nascer, eu vou querer um exame de DNA, disso eu não vou abrir mão

-pode fazer, esse filho é seu

-vamos ver, mas o que eu sei, é que a Luana é minha filha, minha filha do coração e isso você não vai poder tirar de mim

-se é assim que você quer, esta bem, esse vai ser o nosso segredo 

-te mantenho informada

Assim que cheguei no escritório pedi pra minha secretaria procurar apartamento próximo da minha casa de 3 quartos. Uma semana depois a Vanessa estava morando em um apartamento a duas ruas da minha casa, e eu desisti de me mudar pra São Paulo, desistir de odiar a Vanessa, pois preciso ter ela como aliada pra ficar perto da Luana, eu faço o que for preciso pra ficar perto da minha filha, eu amo a Luana, amo ela mais que tudo, acima de tudo.

Olavo of

Vanessa on

O apartamento é lindo, os moveis são de alta qualidade e sei que o Olavo vai fazer todas as minhas vontades por causa da Luana, isso é ótimo, pelo menos financeiramente estou segurada, mas confesso que sinto falta do Olavo, mas sei que não tem mais volta, ele me odeia e sempre que vem pegar a Luana deixa isso bem claro. Semana que vem assinamos o divorcio e o nosso casamento acaba de vez.
-agora que você tem esse apartamento como ficamos?
-não se preocupe Sara, pode ficar na casa e continuar seu trabalho por lá
-obrigada
-como não estou mais morando lá, você me da 30% dos lucros e só, sem aluguel ok?
-valeu sócia 
-obrigada por ser minha amiga 
-imagina 

8 meses depois

Meu segundo filho, também foi uma menina, dei o nome dela de Laura, ela é linda, com ela sim senti o que é ser mãe, a amei assim que a vi, Assim que ela nasceu o Olavo fez o exame de DNA e quando eu tive alta da maternidade e fui pro apartamento, ele já tinha o resultado e teve a certeza que a Laura é sua filha, mas mesmo com essa confirmação, ele não ficou feliz como ficou quando a Luana nasceu, desde de muito cedo percebi que ele trata a Laura diferente do que trata a Luana, sendo que a Laura que é sua filha de sangue. Mas eu não posso reclamar, recebo 30% dos lucros do bordel que a Sara administra, recebo uma boa mesada do Olavo e ele ainda arca com as despesas como comida e as contas de casa, e com a baba das crianças, e ainda vai pagar toda educação das duas, eu moro muito bem, o apartamento é lindo, estou satisfeitas como as coisas terminaram. As coisas não sairão do jeito que eu queria, mas acabou saindo bem, não posso reclamar da minha vida.
-o que faz aqui Vanessa?
-o Olavo esta com as crianças hoje e eu não tenho nada pra fazer, aqui pelo menos eu me distraio um pouco
-sua reputação pode ficar comprometida se te verem aqui
-o Olavo já pensa o pior de mim Sara, nada mais me importa
-sendo assim, fique a vontade
Sempre que o Olavo ficava com as meninas eu vinha pro bordel da Sara, e bebia todas, saia com alguns clientes que me chamava atenção, e esquecia da minha saudade do Olavo pelo menos por algumas horas, e essa se tornou minha forma de diversão e de distração.

10 anos depois no ano de 2000

Luana On

-o que você quer de presente de aniversario Luana?

-bom papai eu....

-pode falar meu amor, eu vou te dar o que você quiser

-eu queria fazer aulas de piano e de saxofone

-mas você já faz de violão

-eu sei, mas eu gosto muito de tocar e de cantar, acho que quanto mais instrumentos eu souber vai ser melhor pra mim

-melhor para que Luana? Eu ate agora te apoiei nisso de cantar e de querer tocar instrumentos, mas porque você é uma criança, é ate saudável se dedicar a algo, mas agora você já esta crescida, tem 10 anos e precisa começar a gostar de outras coisas

-papai eu amo cantar.....

-eu sei, mas espero que mantenha esse amor como um hobby, eu não vou dizer o que você deve fazer quando crescer, mas com certeza eu não quero que escolha ser cantora ok?

Fiquei calada. Meu pai faz tudo por mim, eu jamais quero fazer algo que vá decepciona-lo 

-Luana, eu amo você e só quero o seu bem

-eu sei pai, a musica é o meu passa tempo, é o que me ajuda a enfrentar o dia a dia

-enfrentar o dia a dia? Algum problema com a sua mãe ou a sua irma?

-não

-você sabe que pode vir morar comigo a hora que quiser né? Agora você já esta grandinha e pode escolher com quem quer morar 

-eu sei disso,mas a sua atual mulher não gostaria que eu fosse morar com vocês

-ela teria que aceitar

-eu estou bem com a mamãe, é serio

-certo, eu vou te colocar nas aulas de piano e de saxofone como você quer
-é serio?
-sim

-obrigada pai, o senhor é o melhor(abraço)

Desde que me entendo por gente gosto de cantar e de tocar qualquer instrumento que aparecer na minha frente, meu pai sempre disse que eu cantei antes de falar, que toquei violão antes de aprender a andar, ou a comer direito. Se pudesse tocava e cantava o dia inteiro, mas não tenho apoio de ninguém, então só levo como um hobby.

8 anos depois no ano de 2008.